Em sua grande maioria, todos os sistemas de crenças, descrevem a situação da humanidade da mesma forma, com pequenas variações, mas sempre uma constante: Um ser que foi criado por um Deus Criador, bondade, sabedoria, amor e inúmeros outros atributos, atributos estes sempre descritos de forma superlativa e infinita, mas que, ao mesmo tempo que criou o ser humano pecador, não assumiu a devida responsabilidade pelo seu “erro de fabricação”, condenando a “vítima” de sua “má prática” profissional a uma eternidade de castigos e tormentas.
Antes de nos aventurarmos em busca de tal caminho, convém nos questionarmos se, de fato, existe um Caminho Sagrado e, nos parece óbvio que sim, pois se não houvesse um caminho que nos levasse à realização, à perfeição e à felicidade, de nada adiantaria continuarmos nesta longa e sofrida maratona, chamada Vida.
Agora, se partirmos da premissa que tal caminho realmente existe, surgem-nos então, novas perguntas:
1ª - Por que fomos criados “fora” do Caminho Sagrado?
2ª - Se não fomos criados “fora” do Caminho Sagrado, então, como, quando e por que nos desviamos de tal caminho?
3ª - Se o Caminho Sagrado irá nos levar ao divino e ao sutil, porque os ritos de passagem, fórmulas e mandamentos, prescritos nas inúmeras mitologias e religiões, exigem tantos atos cruéis, penitências e punições para alcançarmos o Caminho Sagrado, que nos conduzirá à Morada Divina?
4ª - Será que seremos capazes de alcançar tais caminhos, uma vez que todos se encontram vigiados e dominados por Deuses tão tiranos e despóticos?
5º - E, finalmente, devemos nos questionar se, realmente, vale a pena buscarmos tal caminho para, ao final da jornada, termos que conviver com divindades tão desprovidas de amor e compaixão?
Parece absurdo e inaceitável que tal Deus ou Deuses, criou ou criaram o ser humano que ingrato, desobediente e pecador, caiu em desgraça e foi condenado a pagar ad eternum pelos seus pecados, através de sacrifícios, oferendas e rituais, quando a(s) própria(s) Divindade(s) não aceita(m) sua(s) respectiva(s) responsabilidade(s) pelas falhas na criação do ser humano e, muito menos, se propõem a recompensar ou indenizar suas vítimas, pelos erros cometidos. Por que somos nós, as criaturas, que temos que pagar, eternamente, pelos erros que a(s) Divindade(s) cometeu ou cometeram, ao criar-nos?
A
Tentação da Serpente E A
Expulsão De Adão E Eva Do Paraíso
Éden?
Além do mais, se tudo foi criado por Deus – O Criador - quem criou a serpente? Se foi Deus quem a criou, por que Deus não fez cair, sobre a serpente, a sua ira, ao invés de punir-nos eternamente, por uma tentação que ele próprio permitiu que acontecesse?
Não cabe aos pais zelar por seus filhos e mantê-los a salvo de perigos e ameaças?
Não é crível que a lei dos homens, que responsabiliza os pais pelos cuidados necessários para com seus filhos, seja mais perfeita do que a Lei Divina. Portanto, convém questionar-mo-nos:
Onde está o Erro?
O erro está em termos dado ouvidos à serpente e, por serpente, devemos entender “tudo que vem de fora de nós mesmos”. Seja este algo uma religião, seita, dogma, conselhos ou qualquer outra proposta que nos afaste do caminho interior, pois, se Deus nos fez “à Sua imagem e semelhança”, tudo que Ele possui, Ele nos deu. Portanto, a Onisciência, a Imortalidade, a Onipresença, a Onipotência e todos os outros Atributos Divinos encontram-se codificados em todos nós. Assim, o pecado original não é a tão famosa desobediência, mas sim um dos 7 pecados capitais:
A Preguiça
Se ao próprio Criador foi necessário trilhar, conscienciosamente, os 7 dias ou 7 estágios da Criação, por que nós procuramos sempre um atalho? Por que estamos sempre em busca de uma salvação miraculosa, de preferência de graça, fácil e perto de casa?